E porque não?

Pois é, a universidade onde eu trabalho inventou de fazer um Curso de Formação de Produtores e Músicos de Rock:


Pois é, de cara parece meio absurdo isso, afinal uma das características do rock sempre foi a contestação. E como algo pode ser contestatório se está enquadrado pela academia? Mas o caso é: nos dias de hoje a indústria mais poderosa que tem é justamente a indústria do entreterimento. E dentro dessa indústria o segmento música pop/rock é um dos que mais dá dinheiro, pelo menos dinheiro para quem sabe como andar nesse meio. Alguém poderia perguntar “Mas por que não MPB? Por que não música nativista?” e a resposta vai ser: mercado. Rock é a manifestação artística que mais tem mercado, não importa o quão estranho seja o seu som. O Radiohead é prova disso.

Então taí o curso e quero ver os resultados dentro de alguns anos. Para aqueles que acham absurdo um curso desses vale lembrar que de art schools sairam algumas bandinhas como Beatles, Talking Heads e Blur. Ok, não sei de nenhuma banda maravilhosa que tenha saído lá do curso de rock da Estácio de Sá, mas vá lá. O caso é que o Rio Grande do Sul é um dos estados mais roqueiros do país e tá na hora dessa gurizada toda se profissionalizar, seja na produção, seja na técnica.

E se sair uma só banda excepcional dessa história toda já tá valendo.

(Ah sim: uma coisa que eu não consigo evitar desde que eu ouvi pela primeira vez sobre esse curso é fazer piadas infames em cima do curso, ficar pensando em disciplinas como “Laboratório I: Punk-rock”, “Optativa I: Crítica musical para músicos frustrados”, propagandas como “Você não precisa mais disfaçar e fazer um curso de Comunicação para ser músico” e por aí vai. Acho que é inveja minha por não ter grana nem tempo para fazer esse curso aí…)

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