Mistério…

Alguém pode me explicar como é que eu consegui perder a minha máquina fotográfica dentro do meu apartamento quarto-e-sala? Surpreendente! Menos mal que eu finalmente consegui achar a edição número 20 do Vagabond que eu estava procurando a 2 meses.

Aliás estou escrevendo esse post num ciber-café. Quando eu voltar do Rio vou ver o que deu no meu computador para ele estar reinicializando toda hora. Estou na dúvida se é pau no HD ou na fonte…

\”Menino Deus, pódi crê\”

Agora me diz: como não se divertir fazendo parte de um zine como o Gordurama? Sente só esse artigo que o Maurício e o Vignoli fizeram sobre o Planeta Atlântida. Só a parte onde o Morris explica porque ele não vai falar sobre o show dos Racionais já é antológica:

Uma parte importante do que nós fomos fazer ali era ver o show dos Racionais MC\’s. Quando começou a circular a noticia de que eles viriam ao Planeta Atlântida, as reações pelos bares eram de incredulidade. Se falava na possibilidade do caos: algo que sempre vale a pena presenciar. Bom, eu não vi o show. Patético, sei. Me perdi na jogada.

Depois, pensando, vi que foi melhor assim. Eu ia falar mal, claro. E esse é o problema. Independente dos argumentos que eu pudesse levantar: sou um branco pequeno-burguês; que usa uns óculos que custam o que uma família pobre ás vezes tem para gastar em um mês, que nunca trabalhou duro, que sempre teve tudo de mão beijada, que \”nunca levou joelhaço da polícia\”, e um etc que poderia ser prolongar ao infinito. Enfim, um ser desprezível desse jeito esculachando os Racionais é o óbvio ululante. Significaria que os caras estão fazendo bem o trabalho deles. Eu sou a vidraça, e eles deveriam ser a pedra. Frente à \”verdade das ruas\”, as críticas seriam só o recalque do branquelo. Esse tipo de lógica levou os Racionais até o ponto de premência que eles chegaram a ter nos \”meios intelectuais\”: para o universitário esquerdista médio, pega bem gostar dos caras. Mais: só é legítimo falar bem deles. Falar mal fica feio.

Perfeito!

Batuque de bombo

Conversando pelo ICQ com o Darisbo ele falou sobre o arrastão da Timbalada na Barra, que deve estar acontecendo nesse exato momento. São 800 percussionistas mandando brasa, seguindo uma avenida na orla de Salvador. Eu fiquei imaginando o que deve ser uma cena dessas e comentei que bem que eu gostaria que tivesse um grupo de percussão parecido que usasse bombos legüêros (um instrumento de percussão típico dos povos andinos que tem uma sonoridade muito bonita e é usada geralmente para marcar ritmos como o chamamê e a milonga) e outros instrumentos típicos daqui do Rio Grande do Sul. Foi aí que o homem me deu a grande dica: Grupo de Percussão da Universidade Federal de Santa Maria. Para se ter uma idéia de como é bonita a coisa dê uma conferida nessa página sobre o Ney Rosauro, que trabalhou com o grupo. Lindo!

Precinho de ocasião

Há tempos eu tenho um sonho e esse sonho tem nome: computador barato. O tal do computador popular não é nada mais do que isso: um computador barato. E como eu imagino ele? Para começar ele rodaria Linux. E OpenOffice.org, devidamente traduzido para o português. E Mozilla, também devidamente traduzido. A partir dessa configuração já sei que preciso de no mínimo um chip de 450 MHz, 64 Mb de memória, 4 Gb de disco, um soft-modem que rode no Linux e uma unidade de CD-ROM. Ah, e um drive que é sempre útil. É um computador topo de linha? Não, não é. É um computador ruim? Não, não é. É justamente o computador que eu tenho aqui na minha frente, nesse exato momento. E digo: ele faz tudo o que eu preciso numa velocidade que não me faz arrancar os cabelos. Inclusive eu acho ele bom de usar.

E vale a pena refletir: o que torna um computador caro? Bem, o fato dele ter componentes de primeira é um bom motivo para jogar nas alturas o preço de um computador. Que mais? Simples: o monitor. Sim, o bom e velho monitor. É outro componente que faz com que a máquina pese no bolso. E é aí que eu me lembro do meu velho CP-400 Color II. Qual era o detalhe dessa maquininha? Era que, assim como outros micro-computadores da época, ligado em uma TV. Não, a resolução não era nenhuma maravilha, mas o computador era plenamente utilizável. E quem não tem TV em casa aqui no Brasil? Só eu mesmo (mas tenho um monitor que eu posso usar…).

Daí que eu lembro disso e sempre fico com a pulga atrás da orelha: porque não há ninguém comercializando um computador com peças que não são topo de linha com uma saída para televisores comuns? É possivel ter um computador com duas saídas, uma de vídeo normal e uma para TV, sem encarecer o produto e dando para o comprador a opção de colocar um monitor no futuro, podendo extender que o sistema. Tipo: compre esse computador por 300 reais, e se você quiser gaste um pouco mais no monitor. O quê? Você acha que um computador não poderia sair por 300 reais? Pois eu acho que poderia sim, se a produção fosse feita em série. Série, eis a palavra mágica. Aliás acho que até por 200 reais poderia ser vendido, mas isso numa situação de lucro zero (ou seja: uma empresa estatal com o propósito de dinamizar a inclusão digital).

Agora, pare e pense: 300 reais por um computador útil. Não, não digo um computador topo de linha, algo para fazer os companheiros de lan babarem. Eu falo de um computador que eu posso chegar e digitar o meu texto, fazer a minha planilha, navegar na Internet, mandar meu email, e tudo isso sem arrancar os cabelos devido a alguma demora por parte da máquina. Hoje em dia o que justifica um computador com o poder de processamento que eles tem? Computação gráfica, que requer cálculos e mais cálculos. E onde se usa computação gráfica? Em jogos. Oras, se formos pensar o que temos então? Temos toda uma indústria que coloca computadores na roda para satisfazer aos momentos de lazer de uma elite econômica (ai, agora fiquei parecendo um membro do PSTU…) não para suprir pessoas que necessitam de ferramentas de informática. Ok, há quem precise de um CAD, e CADs precisam de um senhor equipamento, mas sejamos sinceros: quantas pessoas fazem uso de computação pesada? Pois é.

E é nessas horas que eu lamento não ter capital inicial. Adoraria montar uma empresa de computadores baratos, algo para se colocar num Big da vida, transformando aqui no Brasil o que o computador é nos Estados Unidos: um eletrodoméstico. Lá isso é possível graças ao alto nível salarial, já aqui falta alguém que faça nos computadores o que foi feito com os celulares: equipamentos baratos com pagamentos a longo prazo e pequenos valores.

Update: uma coisa que esqueci de comentar… Algo que seria muito interessante num computador desses é a configuração do browser. Em vez de apontar para um provedor ou um portal, a página inicial apontaria para uma página mantida pelos usuários do computador, onde todos poderiam dar dicas, seja de configurações, seja de programas, seja de links. Não seria uma página institucional fazendo propagandas de extensões (essas podem existir, mas em banners ou ad-texts laterais), mas sim uma comunidade. A empresa que bancasse o desenvolvimento de um computador desses teria uma ferramenta de feedback fora de série.

Llorando

Estava pensando uma coisa esses dias: Llorando atingiu ares de música cool por ser realmente bela ou por fazer parte da trilha sonora de um filme do David Lynch? Fico imaginando alguma cantora brasileira na mesma linha da Rebekah Del Rio (imagino a Sula Miranda como exemplo) fazendo uma versão para essa música. Será que ela seria tão bem recebida? Será que ela não seria massacrada por críticas? É fácil malhar versões como Total Eclipse do Coração ou O Astronauta de Mármore, uma por ter uma melodia melodramática até não poder mais, de forma que não importa em que língua se canta a música, a outra por apresentar uma letra idiota em relação ao original. Mas e se uma música como Crying se tornar Chorando? E se a letra for fiel ao original e conseguir ser bela em português? Como ficaria a situação? Será que seria possível vencer o preconceito que se tem contra versões ou será que se teria que esperar algum motivo para tal versão ser cult? Quantas pessoas torceram o nariz para Llorando antes do David Lynch adotar a música? Será que eu não torceria o nariz ao ouvir tal versão? É gozado pensar como conceitos como beleza muitas vezes estão associadas a outros conceitos que não o do objeto em si, sem nada além. Como confessar que se acha algo belo sem temer o repúdio por parte das pessoas que freqüentam seu círculo social? Infelizmente nesse ponto tem que se tirar o chapéu pro Caetano Veloso, que várias vezes já fez o papel de advogado do diabo e disse \”gosto disso\” abrindo a cabeça de várias pessoas. Mas mesmo essa abertura é discutível, visto que pode ser nada mais que os paparicadores de plantão fazendo o seu papel. E dá-lhe blá-blá-blá por conta de algo que não está sendo avaliado per se.

Looking to embrace the nothing, happy everyday

Domingo de noite caminhei por Taquara. Não sei direito se foram duas ou três horas, mas percorri a cidade na madrugada abandonada e vazia. Nada de pessoas, nada de lugares para ir, nada. Volta e meia passava junto a uma janela e ouvia o que as pessoas estavam olhando na TV: maior parte o que se ouvia era o baticum do carnaval do Rio de Janeiro, outras vezes um outro canal e teve um que era um filme pornô. Se fosse a 50 anos atrás, quando a religião era mais forte no que rege aos costumes, eu dedicaria o seguinte para o cara dentro do quarto: \”Corra, aproveite o momento, durante quarenta dias você deverá ser abstêmio, carnevale\”. Mas poderia ser um casal que estava na casa, e o que eu ouvi não foi um filme pornô coisa nenhuma… Enfim, o caso é que lá fiquei eu em Taquara, perdido sem rumo, sem nada para fazer, podendo até saber o que os outros estão vendo na TV graças ao silêncio na rua. Tédio num domingo de Carnaval. E é esse tipo de coisa que me desespera na cidade: eu tenho a opção de sair, me mandar para São Leopoldo, uma cidade onde eu posso ligar às 2 da madrugada para um amigo e dizer \”Vamos nos encontrar no Mac e bater um papo\”, enquanto uma galera enorme está presa dentro de suas casas em Taquara sem opção alguma para onde ir. Juro, enquanto eu caminhava eu ficava lembrando de Everyday, do Yo La Tengo, e pensando como essa música era um trilha sonora perfeita para aquele momento. Não tanto pela letra, mas pelo clima arrastado, triste, e belo. Sim, Taquara é bela de noite, com suas estrelas aparentes, porém é deprimente.

Céu

Umpost antes de ir para Taquara: Caramba! O que é esse céu que tá lá fora?


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Pena que a webcam é vagabunda, senão o que se veria era um balé do azul com o cor de rosa. Bonito, muito bonito.

Tô me preparando prá quando o carnaval chegar

E eis que estou indo passar o carnaval em Taquara, a capital do sorriso (é sério, tá na entrada da cidade). Como meus pais não tem mais computador na casa deles, e o da minha irmã (lá na casa dela, do outro lado da cidade) tá sem provedor instalado, isso quer dizer que só vou voltar a conectar lá pela quinta-feira que vem, quando eu não aguentar mais a cidade e voltar correndo para São Leopoldo. Assim sendo, não se desesperem que se esse blog ficar uns dias sem atualização e os meus emails não tiverem resposta imediata: eu estou bem, não morri, etc, etc, etc… Bem, até mais!

Ah! Claro! Estou levando o celular: 9829-2690. Qualquer coisa é só ligar. Prometo usar o recarregador do meu pai.