Rir para não chorar

Opinião Popular: Trabalhador vota em trabalhador

Por isso, conclamo os leitores de OPINIÃO POPULAR a votar pelo menos reacionário dos partidos, o PCO. Todos os membros do meu sindicato serão obrigados a votar em Rui Pimenta para presidente, senão os meus companheiros da mesa diretora perseguirão as famílias deles.

Não podemos permitir que nossos companheiros de luta – os trabalhadores explorados – sejam seduzidos pelas doces palavras da burguesia e votem nos candidatos neoliberais. Dessa forma, justifica-se a obrigatoriedade do voto no PCO. As pessoas TÊM que ser livres.

Procurando por opiniões acerca da “obrigatoriedade do voto” acabei encontrando essa pérola aí em cima… A melhor parte com certeza é “senão os meus companheiros da mesa diretora perseguirão as famílias deles”. Cadê a tão falada liberdade?

Mas enfim, essa impostura da esquerda radical não é nem um pouco surpreendente. Eu por exemplo tenho evitado de entrar em grupos “filósoficos” sobre software livre por causa de pessoas que querem obrigar as pessoas a adotarem Linux com a justificativa que é para dar liberdade para elas. Que raios de liberdade é essa afinal?

Update: confesso que caí na peça. Obviamente o tal Opinião Popular é uma gozação em cima da esquerda. Tivesse caido direto na página inicial ia ver isso ao ler

Este será um post rápido e direto ao ponto. A forma correta de se referir a uma pessoa portadora de deficiência física é dizendo “pessoa portadora de deficiência física”, e não deficiente ou outro termo pejorativo. Então eu pergunto, camaradas, porque motivo nosso maior artista barroco é chamado de Aleijadinho? Essa é outra mudança de extrema importância cultural que eu digo que deve ser feita: seu apelido deve ser trocado para Portadorzinho de Deficiênciazinha Físicazinha. É inadmissível que até hoje o governo não tenha se dado conta de tal absurdo e feito nada a respeito.

Bzzzzz… Não basta ser Pato do Cocadaboa, tem que ser Pato do Opinião Popular também. 😀

Precisa-se disciplina

Pois é, hoje resolvi tomar uma atitude e saldar a dívida de todos os cheques especiais que eu tenho. Fui então no Santander, que é o banco que eu recebo, e fiz um empréstimo consignado, além de um adiantamento do 13º. Espero com isso matar os CDCs, impostos atrasados, juros do cheque especial e ainda garantir uma graninha para não entrar no cheque especial no mês que vêm (que foi o problema que enfrentei em empréstimos anteriores).

O que me deixa indignado é que eu nunca tinha parado para calcular quanto de juros eu estava pagando. Se tivesse prestado mais atenção nisso teria visto que era ali que cerca de 15% do meu salário desaparecia. Foi preciso ir nos três bancos que tenho conta e ver que não tinha saldo suficiente pra nada para parar e ver com calma o que diabos estava acontecendo. Agora esses 15% aí já são descontados em folha e o lance agora é ter disciplina e não sair gastando mais do que devo.

Pergunta para os economistas

O que aconteceria para o país caso o governo resolvesse liberar o FGTS para pagamentos de dívidas, seja na forma de cheque especial, seja de empréstimo, seja lá do que for, desde que seja dívida? Será que isso ia ajudar o país na medida que ia ter mais dinheiro em circulação na rua? Será que o povo, em vez de ficar correndo atrás de pagamentos de juros e outras coisitas, poderia passar uma borracha e investir em poupança? Será que isso ia ser bom para o país como um todo ou só eu que ia me dar bem com uma medida dessas?

Pois é, fico pensando nisso enquanto calculo qual vai ser o valor do empréstimo em consignação que eu vou fazer para fechar o rombo praticados por três cheques especiais que só no mês passado me comeram uns 300 reais de juros…

Fiscalizar como?

Pois bem, eis que a Yeda Crusius ganhou as eleições. Agora alguém pode me dizer como vou cobrar as propostas dela se a Justiça Eleitoral tirou o acesso ao site dela?


Sabe, é triste ver como a justiça eleitoral confunde espaço político com propaganda. Afinal, o que é um espaço onde o candidato expõe suas idéias ao eleitor é visto não como um espaço para esse mesmo eleitor se manter informado sobre o que o candidato fez. Na verdade a lei eleitoral deveria agir de forma contrária: manter o site no ar sem atualizações durante a eleição e as 48 horas que a precedem e depois obrigar ao candidato eleito que mantenha uma cópia da mesma sem mudanças no ar durante o período do seu mandato.

Afinal como o cidadão vai poder cobrar propostas se a cada pleito se passa uma borracha no espaço destinado a mostrar estas?

A origem do mal

Pois é, como eu tenho o estranho hábito de, ao saber que um ator/atriz/diretor(a) que eu gosto está fazendo uma versão de algum livro que eu não vi eu procuro ler esse livro quando possível. Pois bem, a questão de 3 semanas atrás fiquei sabendo que a Angelina Jolie vai participar de um filme baseado no livro Atlas Shrugged (aqui no Brasil foi lançado com o título “Quem é John Galt?”), de Ayn Rand e catei o livro em uma biblioteca. Não li ainda todas as quase 900 páginas do livro, mas já passei por quase dois terços dele. O livro em questão é um romance de tese (isto é, um romance onde as idéias são mais importantes que a própria narrativa) procurando fazer uma defesa do capitalismo. Para alguém como eu que cresceu lendo muitas obras de esquerda a sensação de ler esse livro é bastante estranha, visto que tudo que eu aprendi como sendo bom é apresentado como sendo o mal puro e simples, no melhor estilo Seleções do Reader’s Digest anos 50. Por exemplo o livro massacra o velho lema marxista “De cada um, conforme sua capacidade, para cada um, conforme sua necessidade”, mostrando que isso só leva à exploração insana da capacidade produtiva. Eu, da minha parte, acho que a Ayn Rand extrapolou na crítica, mas tal crítica minha pode muito bem ser resultado da reação com a minha bagagem intelectual anterior. Quando acabar de ler o livro vou poder fazer uma reflexão melhor do mesmo e ver com o que eu concordo ou não ali.

De qualquer maneira, do jeito que está indo, estou recebendo com muita simpatia algumas das idéias, visto que muitas das coisas que eu critico no meu antigo partido (para quem não sabe fui filiado durante anos no PT) está ali formulado de forma clara. Aliás, falando em PT é bastante irônico saber que esse livro aí é o livro de cabeceira do Antônio Palocci, o que talvez explique muito da linha neo-liberal assumida por ele durante o período que ele foi ministro da Fazenda. Enfim, o caso é que esse livro aí está me ajudando a rever muitas coisas que eu carrego comigo, que eu tenho como sendo base para a minha vida, e que vejo agora mais me atrapalharam do que ajudaram.

E para quem quiser entender como é a postura da Ayn Rand recomendo a leitura desse monólogo feito pelo personagem Francisco d’Aconia: O dinheiro é a origem do mal? Vale realmente a pena ler.

O nosso Ed Wood

Estava dando uma olhada na lista Top 100 do Google Video quando vi que na relação de mais vistos no Brasil tinha um filme chamado Gringo Não Perdoa, Mata. Na mesma hora que vi pensei “Mas que diabos é isso???” e fui conferir. Bem, tentei conferir, fui pulando várias partes, mas é impossível ver aquilo do começo até o fim.

Mas se a coisa é tão ruim porque dar destaque? Bem, é que o filme é do Afonso Brazza, o Rambo do Cerrado . Falecido em 2003, ele se orgulhava de ser o pior cineasta do mundo, tendo feito pérolas como No eixo da morte e Tortura Selvagem – A Grade (igualmente disponíveis no Google Video). São verdadeiras obras-primas (só não sabemos se da força de vontade ou da cara-de-pau) que valem a pena ser conhecidas.

Abrindo o voto: 45 + 45 = 90

Pois é, estou resolvendo (assim mesmo, no gerúndio) votar no PSDB, tanto para presidente como para governador. Sim, no fim de semana que vem vou de 45 duas vezes.

Ok, seria de se esperar que eu fosse de 45 para governador, já que eu votei em Yeda no primeiro turno, mas foi uma opção baseado num conceito extremamente vago, a de que os outros já tiveram chance de mostrar serviço e ela não, de forma que se eu resolvesse mudar de idéia não seria algo assim tão absurdo. Até porque a Yeda tem uma série de fatores contra ela: ela é a favor do Polão, não gosta muito de aposentados, e por aí vai… Além do que ela é um monstro de arrogância segundo o que falam, se bem que estamos numa eleição para governador, não para Miss Simpatia. Assim sendo, vamos de Yeda, mesmo sabendo que se o Lula ganhar (grande probabilidade) vão ser mais 4 anos de Rio Grande do Sul na oposição, o que quer dizer mais 4 anos sendo deixado de lado pelo governo federal. Eu devia ir pro voto útil e ir votar no Olívio, mas não dá, não dá… Eu saí do PT justamente por causa do governo Olívio, que foi um governo extremamente fechado em si mesmo, que não dialogava nem com o partido da qual fazia parte, o que se dirá dos segmentos da sociedade. E depois querem falar de democracia participativa… Por pior que seja a Yeda ela pelo menos está muito mais comprometida com o Pacto Pelo Rio Grande, um movimento que procurou ouvir todos os segmentos da sociedade gaúcha para reeguer o estado, do que o Olívio.

E para presidente estou indo de Alckmin. Para eu me justificar diante de mim mesmo vale botar na roda o que me faz não votar no Lula e o que me faz votar no Alckmin. No que se refere ao Lula, mesmo que ele tenha acertado no programa de inclusão digital e no que se refere à politicas fiscais de produtores de alimentos (o que fez com que mais importante, a comida, tivesse seus preços reduzidos) não posso deixar de lado que o meu voto no PT a 4 anos atrás foi um voto na esperança de uma nova maneira de se fazer política no país, uma política mais ética. Sim, eu fui um grande idiota por ter caído nesse conto do vigário, mas enfim… O caso é que se eu votar no Lula vou estar avalizando o argumento de que os fins justificam o meio, coisa que me recuso a fazer. Tanto me recuso que quando fui votar para deputado fui procurar justamente por deputados que tinham as mãos (publicamente) limpas, antes de mais nada. Fiquei feliz de não encontrar nada desmerecendo o deputado estadual que votei a 4 anos atrás, e vou acompanhar de perto a atuação do deputado federal que eu ajudei a reeleger graças ao Transparência Brasil. Assim sendo eu não posso votar no Lula, visto que o seu mandato foi simplesmente uma negação de todo o discurso que havia em prol da ética. Foi esse discurso que me fez votar nele. Foi esse discurso que me fez entrar no PT. Foi esse discurso que faz com que hoje eu me sinta ludibriado.

E sim, eu sei que o PSDB não é flor que se cheire. Aliás, o bom do governo Lula foi colocar todos os partidos no mesmo pé de igualdade, onde não há mais aquele partido que é o campeão da moral e dos bons costumes. Assim sendo, se vou votar no Alckmin vai ser baseado em fatos, como por exemplo ele ter sido o autor do Código de Defesa do Consumidor, o fato de quando deputado ele mostrou uma atuação voltado para os aposentados e para a saúde pública, quando governador ele apostou no transporte público (principalmente metrô) e na redução de impostos para incrementar a arrecadação e por aí vai.

Assim sendo, é PSDB tanto para o estado com para o país.

Lobby é isso aí

Quando se fala em Internet no futuro geralmente se coloca que ela vai ser tão normal quanto luz elétrica e água encanada. É comum ver especalistas colocando que acesso será disponibilizado para todos, mediante uma taxa mensal mínima, da mesma forma que o telefone. É o que já acontece no Japão, onde se paga por uma conexão de 1 Mb menos de 1 dólar por mês. Já outros cantam que nem isso vai acontecer, que com as redes wi-fi todos terão acesso gratuíto, como é o caso de San Francisco graças ao Google e o de Sud Menucci graças à prefeitura local.

Assim sendo, baseado nesses exemplos, surgiu aqui na região onde eu moro uma iniciativa que visa levar Internet a baixo custo (pagando apenas 130 reais por um access point) para quem quiser fazer parte da rede usando redes mesh. Para isso o pessoal que está organizando o projeto espera contar com o apoio de prefeituras e de empresas da iniciativa privada. Para quem quiser maiores detalhes dê uma olhada no Baguete uma pequena matéria sobre o assunto.

Pois bem, quem leu o link acima do Baguete viu a esperada a reação da InternetSul. Porque esperada? Ora, porque a InternetSul antes de mais nada é um associação de empresas provedoras de acesso aqui do RS, empresas essas que só se mantém graças à obrigatoriedade legal de se fazer uso de um provedor de acesso, já que o Sérgio Motta lá em 1995 olhava com desconfiança as empresas telefônicas como provedoras. Assim nada mais natural do que esses pequenos provedores terem medo de iniciativas que visam levar a Internet a baixíssimo custo para o maior número de pessoas. Lembro bem quando eu trabalhava na TCA, lá em 1996, e apareceu o primeiro provedor gratuito: foi o pânico puro e simples, e em cima desse pânico que a InternetSul foi formado. É um lobby procurando manter um nicho de mercado, nicho de mercado que foi criado dentro de uma visão que se mostrava válida a 10 anos atrás, mas que hoje não condiz com a realidade. O triste é que esse lobby ainda bate nessa tecla, como se pode ver nessa notícia do começo do mês que está nos arquivos do Baguete:

Participaram do evento (…) o diretor da SIM Telecomunicação e vice-presidente da InternetSul, Adalberto Schiehll (…). Incisivo, Adalberto Schiehll disse que o acesso gratuito da internet causa a criminalidade, pela inversão dos valores éticos e morais. Para ele, a internet com acesso gratuito equivale a TV a cabo pirata.

Sim, pois é. Na visão da InternetSul iniciativas como a da cidade de Sud Menucci é pirataria, assim como a iniciativa da Procempa de disponibilizar acesso gratuíto via wi-fi em pontos de Porto Alegre. Ainda bem que essa associação mais late do que morde, tanto que aí estão os provedores de acesso gratuítos a disposição de quem quiser.

De qualquer forma se prepare para ver dentro de algum tempo artigos condenando redes mesh, dizendo que elas são redes piratas e fazendo pressão para mudanças na legislação. O que me dá pena é ver como gastam esforços criticando iniciativas dessas em vez de oferecer soluções a baixo custo que sejam acessíveis para todos.

Ou você não prefere ter um contrato assegurando acesso à rede o tempo todo?

Mestre

O ano é 1992. Estava então com 21 anos e olhava para o futuro com medo. Afinal já tinha passado de mais da metade do curso de Análise de Sistemas e via que o que me esperava era uma carreira trabalhando em algo muito, mas muito chato. As opções que se desenhavam eram sistemas comerciais, gerenciamento de banco de dados, esse tipo de coisa que não tinha nada a ver com o que eu achava interessante na área de informática. Mas enfim, na época eu estava trabalhando como monitor de laboratório de informática na Unisinos, ajudando as pessoas a resolverem problemas envolvendo Carta Certa (um editor de textos baseado em tags que era bem legalzinho), Samba (uma planilha eletrônica que era uma cópia descarrada do Lotus 123), Basic, Pascal e Cobol. Era uma vida tranquila, já que pouca gente aparecia para resolver dúvidas, de forma que eu ficava a maior parte do tempo pegando códigos da revista Micro Sistemas e ficava brincando de portar para o Basic do PC ou para o Pascal. E na mesma época começaram na Unisinos a aparecer uma série de projetos de pesquisa na área de informática, incluindo entre elas o ADAM (Ambiente de Desenvolvimento de Aplicativos Multimedia). Como eu estava sempre ali nos laboratórios eu fui me metendo no projeto, primeiro como voluntário e depois como bolsista, ajudando (e atrapalhando) no que dava e aprendendo muito. Foi nesse projeto que aprendi o que era multimidia, como funcionavam arquivos de áudio, imagem e vídeo, fiquei fuçando em rotinas asssembly e demos para ver como as coisas funcionavam (e confesso: sem entender muito do que tava acontecendo nas entranhas do computador), tive meus primeiros acessos à Internet e por aí vai. Foi ali que eu vi meu futuro e vi que informática realmente não era a coisa burocrática que o curso que eu fazia pintava, vi que eu podia trabalhar e me divertir horrores ao mesmo tempo, e isso era muito bom. E tudo isso com o apoio do professor Franz Figueroa.

Pois é, foi graças à paciência dele que hoje eu trabalho com Web, que gosto de ler sobre mídias (foi ele que me chamou a atenção pela primeira vez que o computador é um meio de comunicação, não um mero debulhador de dados), que me interesso por dados não-estruturados, que procuro sempre usar a tecnologia para dar às pessoas acesso à informações de uma forma agradável. Afinal se o resultado do processamento de dados é importante, igualmente importante é como as pessoas tem acesso a esse resultado.

E por que toda essa puxação de saco em cima do Franz? Bem, é que finalmente ele resolveu fazer um blog, o Imagemaster Blog. O blog é voltado para os alunos dele de Computação Gráfica, de forma que há análises de sistemas Web (como a recente fusão do Google Writely + Google Spreadsheets), de ferramentas e de tendências na área de tecnologia para tratamento de imagens e vídeo. Para quem gosta de ler sobre tecnologias e mídia recomendo a assinatura do feed. 😉

És hoy!


Puez é! Hoy és lo dia internacional de hablarse portuñol. No creo que me será possible hablar com muchas personas sobre esto, visto que neste momuento estoy em San Francisco de Paula com mi namorada acampando (si, este é um puesto edictado previamente), pero quiero deixar para tuedos una lembrancita deste dia tan importante.

E viva Lo Gran Admiral José Ruelas! Viva! Viva!