Tema para tese

Eu fico me perguntando quando será que um estudante de comunicação fará uma tese ou dissertação falando sobre o uso de metalinguagem nas histórias da Turma da Mônica. Não, não estou brincando, estou falando sério. É incrível como o Maurício de Souza brinca com o conceito de história em quadrinhos, onde elementos como os quadros, os balões e o próprio ato de desenhar são utilizados como elementos humorísticos. O melhor exemplo disso são as histórias do Louco, onde ele abusa até não poder mais da linguagem para realçar a loucura do personagem em questão.

Corrente

Quatro e meia da tarde. Pois é, eu ia na Redenção ver o pessoal do #rs_rock. Ia. Mas ficar aqui em casa ouvindo Radiohead na frente da janela com a porta do ap aberta no meio do corredor de vento tá tãããoooooo bom…

Domingo de feriadão

Miojo sabor carne com tomate. Meu CD do Ok Computer, Radiohead, está arranhado. As músicas volta e meia pulam. Tinha uma época que eu achava que isso só acontecia com vinil.

E a temporada começou quando o homem gordo chegou. Nada de excepcional teria acontecido se não fosse a chegada dele, já que era um daqueles dias que a gente gosta de ficar em casa, lendo revistas velhas e ouvindo uma música pop tão elaborada que dá quase para dizer que é jazz. Ele chegou com seus quase quarenta anos e deitou malas no chão, esperando que alguém as levasse para dentro. Fui lá e peguei algumas, de forma que ele percebeu que além de mim não havia ninguém mais para ajudar e se mexeu. Na hora de fazer a ficha de registro, ele soltou essa:

– Nome?

– Bandini, Arturo Bandini! – assim mesmo, com exclamação no final.

Minha mãe olhou para ele por alguns instantes, e perguntou quanto tempo ele pretendia ficar. \”Uns quatro ou cinco meses\”, respondeu ele. Ao notar que o olhar interrogativo à sua frente ficou mais penetrante completou: \”É que eu sou programador e agora tô desenvolvendo um projeto particular.\” Programador? \”É, analista de sistemas, para ser mais exato.\” Olhei para as malas. De fato havia uma maleta de notebook lá (que não havia sido deixado no chão quando da chegada e que ele mesmo carregou) e pensei que projeto era aquele. Minha mãe continuou conversando mais um pouco, ajeitando detalhes (ele perguntou se pagando adiantado os três primeiros meses de hospedagem tinha desconto – sim – e que precisaria acessar a Internet de vez em quando e se podia fazer isso usando o telefone da pousada – sim novamente – e por aí vai) e quando ele estava indo para o seu quarto minha mãe tirou de debaixo do balcão o Notas de um velho safado que eu sempre deixava ali e disse:

– Senhor Bandini, tudo bem que o senhor esteja tirando umas férias de si mesmo, mas eu não posso botar esse nome na ficha de hóspedes…

Ele ficou vermelho, voltou até o balcão e escreveu o nome dele no livro com a cabeça abaixada, dizendo com um sorriso tímido:

– Geräuschemann. Meu nome é Alberto Geräuschemann. – e ele aproveitou e nessa hora fez o cheque para pagar a hospedagem. Foi aí que a minha mãe percebeu o quanto ela foi, para variar, indelicada.

Geräuschemann… Homem do ruído… É, essa temporada prometia.

Conta do teléfono

Ao todo R$ 63,00 esse mês. Até que é pouco, comparando com outros meses. O detalhe interessante é que R$ 20,40 foram para uma única ligação que eu fiz pro celular da Márcia. Uia!

Não me olhe assim…

Não, não me olhe assim. Se hoje eu fiquei o dia inteiro ouvindo o Meddle, do Pink Floyd, foi por culpa do Douglas e da Madi, que quinta-feira lá no ap deles me mostraram o vídeo do show da banda na Grécia… Sim, eu não conhecia, e achei ótimo. Inclusive eu recomendo a leitura desse artigo sobre o show do Roger Waters em Porto Alegre que o Douglas escreveu. Muito bom.

Chuva

A chuva me pegou em Poa. Deveria ter levado o guarda-chuva, daí poderia ter ficado lá, passeando um pouco. O centro da cidade (Rua da Praia e arredores) fica lindo quando chove. Essa serviu de lição: acredite um pouco mais na previsão do tempo, Charles. De qualquer maneira, valeu a pena o rápido passeio que eu fiz, e que me deixou molhado feito um pinto. O chato foi voltar pingando no metrô …

Agora que são elas

Acabo de ler Agora que são elas, do Paulo Leminski, editado pela Brasilience em 1984. Gostava muito de ler artigos do cara na década de 80, mas esse livro… Horrível horrível. Decepção completa 😛

8 Mulheres e Meia

Fui ver 8 Mulheres e Meia do Peter Greenaway. Olha, de todos os filmes dele até hoje eu não tinha gostado de um, que era o Z.O.O. Um Z e Dois Os. Pois bem, agora são dois filmes do Greenaway que eu não gosto. A marca maior de GreenaWay, que é o apuro estético, quase não se faz observar aqui. O que se vê são diálogos e mais diálogos sobre sexo e desejos masculinos, com um elenco para lá de fraco. Se há alguma coisa que faz o filme valer a pena é a presença da Polly Walker, que faz o papel de Palmira. Todas as cenas onde ela aparece imediatamente os olhos da gente são atraídos para ela. Ela simplesmente brilha na tela, e não só por causa da beleza, mas principalmente por causa de tudo o que ela consegue transmitir só com o olhar. Impressionante.

Aliás, uma coisa: quando fui procurar mais informações sobre o filme eu me surpreendi como pode-se escrever coisas que não são vistas na tela. Eu realmente queria saber de onde tiraram que havia 8 bordéis e meio no filme…

Duas invenções e uma revisão

Há duas invenções que deveriam receber fundos e mais fundos para pesquisas: o teletransporte e a máquina de congelar o tempo. E enquanto nenhum dos dois não vem, reinventar o automóvel.

O teletransporte porque pode nos levar lá onde queremos, rapidinho, sem apertos, e ainda escolhendo o que levar. Entro na máquina e lá vou eu prá serra, aproveitar o frio e deixando para trás todos os vírus que existem no meu corpo. Riscos de gripe? Sem riscos, já que na hora de voltar qualquer vírus e bactéria que entrou no corpo não seria transportado junto. Aliás, teletransporte é uma alternativa para o banho num futuro sem água: você se teleporta e puff, corpo limpo. Melhor seria teletransportar o lixo pro Sol, onde tudo vira plasma e é devidamente reaproveitado.

A máquina de congelar o tempo nos permitiria simplesmente aproveitar mais a noite, aumentando assim o tempo para viver. Você vive a noite, pára o tempo e dorme 8 horas, e vai trabalhar tranqüilo de dia. Como pode-se ver, nada a ver com Fermata. Simplesmente parar o tempo e descansar. Você está nomeio de um trabalho estressante? Pára o tempo e descansa. Quando estiver melhor, com a cabeça fresca, bota o tempo para correr novamente. Tem gente que não vai precisar desse invento e tem gente que, como eu, vai usar até não poder mais. Haverá quem olhará para mim e achará que esterei envelhecendo rápido demais. Não, não estarei envelhecendo mais rápido, mas sim aproveitando melhor a vida.

E enquanto esses dois inentos não vêm, recriar o automóvel. Reinstituir Ford e sua linha de montagem, onde os carros podiam ter a cor que o cliente quisesse, desde que essa cor fosse preta. Chega de automóveis como símbolo de status. Chega. Que o automóvel seja visto como um utilitário, que vá até no máximo a 140 km/h, pois mais do que isso para levar uma pessoa de um local até o outro já é perigoso demais.