Eu não aguento mais a minha alma

É com expectativa que quero ver o que vai sair da próxima vez que Viana Moog entrarem no estúdio, já que o Boêmia adolescente após os 30 não faz juz ao que se vê no palco.

E porque esse comentário? Porque vi o CD da Viana sendo resenhado no Discoteca Básica. Queria ter resenhado o mesmo na época dO Apanhador, mas como já tinha feito a biografia da banda achei melhor deixar para outro membro do staff. Nunca saiu a resenha. Até compreendo, justamente pelo CD ser muito, mas MUITO, lo-fi. O esporro sonoro que a banda apresenta não está lá na sua totalidade, o que torna difícil fazer uma resenha sem dar um certo puxão de orelha. Nesse ponto o Ricardo Schott foi muito feliz, conseguindo destacar os méritos do CD. Mas, enfim, vamos ver se agora (possivelmente com a mão do Iuri Freiberger) a coisa anda mesmo. Afinal tá mais que na hora da banda estourar, que é algo que ela merece. 😉

Bebe do meu leite e do suor das minhas tetas

Tenho um CD aqui em casa que é para mim uma preciosidade: Hot 20 – Picassos Falsos, \”coletânea\” que na verdade é uma junção dos dois CDs gravados pela banda carioca Picassos Falsos, o Picassos False, de 1987, e o Supercarioca, de 1988. Lembro que na década de 80 foi super difícil ouvir o trabalho dos caras, pois só tocava lá de vez em quando na Ipanema FM. A única música que às vezes respingava para as outras rádios era \”Quadrinhos\”, que fez parte da trilha sonora do seriado Armação Ilimitada. Bem, o caso é que era muito difícil ouvir o trabalho deles, de forma que ouvir algo como Carne e Osso, a minha música preferida do grupo, era um momento raro. Hoje, que tenho esse CD, posso me esbaldar na poesia doentia do Humberto Effe:

Carne e Osso
Humberto Effe, Luiz Gustavo, Caíca e Abílio Azumbuja

Você é minha cadeia enjaulado fico preso no seu corpo nú
Você me caça em suas teias como seu escravo
Selvagem não me canso
Pra que fugir, me entregar é a única saída
Como seu escravo me perdi na sua selva

O meu coração o meu coração
Preso nessa cela abre as pernas da sua paixão (2x)

O mundo anda mal, mas sou eu que não presto
Sou resto de um idéia, de uma nova rebeldia
O povo dessa cela se balança de alegria
Vejo a tristeza se encharcar de euforia
Bamba balança balança suas rédeas
Querem o meu leite e o suor das minhas tetas
Você me encontrou e fechou todas as portas
Bebe do meu leite e do suor das minhas tetas

O meu coração o meu coração
Preso nessa cela abre as pernas da sua paixão (2x)

Enquanto feras estão soltas, você me tortura a cada carência
A cada violento arranhão
Se pensa que isso é paixão, esqueça…
Certas coisas não se sentem só no coração
Será que alguém entende o meu amor?
Você deve compreender o meu estranho
Jeito de ser demente escravo do seu corpo
Ou também achar esse o meu maior defeito…

O meu coração o meu coração
Preso nessa cela abre as pernas da sua paixão (2x)

Se você jurar que me tem amor
Eu posso me regenerar
Mas se é para fingir, mulher
A orgia assim não vou deixar

Vou ver Cristina

Aliás, o final da música, com a introdução de Se você Jurar, de Ismael Silva e Francisco Alves, (junto com um verso de Vou ver Cristina de Tim Maia e Carlos Imperial) está na minha lista de melhores interpretações da música brasileira. Arrepiante.

Vai chover

Finalmente o Rafa mandou a parte dele sobre o 4º Rock de Inverno para ser publicado lá no Gordurama. Com apenas 7 meses de atraso… Bem, vamos ver se o novo editor do zine, o caro Maurício Renner (o Dieguito tá com sérios problemas com o seu computador, de forma que é melhor passar a tarefa adiante), vai aceitar a matéria. Acho que sim, já que estamos nessa pela chinelagem mesmo. 😉

Aliás, a De Inverno é outro site que foi bloqueado pelo BloggerBR. Já disse antes que é um direito da Globo fechar o serviço para quem não está pagando, mas ficar dizendo que \”Este site foi bloqueado por não respeitar as Normas de Utilização do Blogger\”, sujando o nome do usuário, é uma baita de uma sacanagem!

Acho que eu vi um gatinho…

Acabo de chegar da festa na casa da Aninha. Venho aqui no computador e dou uma olhadinha nos emails e tchãram! Eis que há uma mensagem dizendo que as fotos tiradas na festa já estão no ar! Olho lá e vejo essa pérola:

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Esse pessoal do Q-Merda realmente se puxa 🙂

Ah, e antes que eu esqueça: Nay, tu tem uma xará, só que o nome dela é com i. Linda ela, não? E acredite, ela é tão simpática quanto aparece na foto.

A vida não é só dinheiro, maninho

O Globo: Brahma, leva eu…

Uma bomba sacudiu ontem à noite o mercado brasileiro de cerveja: o cantor Zeca Pagodinho, estrela da maior campanha de publicidade em exibição no país, trocou a Nova Schin pela Brahma. As duas são arqui-rivais num dos mais disputados setores da economia, que envolve cifras milionárias. Como pano de fundo desta briga, há um outro ingrediente, não menos relevante: a guerra particular entre Nizan Guanaes (das agências MPM, África e DM-9), e Eduardo Fischer (presidente da agência Fischer América), dois dos maiores publicitários brasileiros.

O comercial com Zeca Pagodinho tomando a sua primeira Brahma depois de ter virado garoto-propaganda da Nova Schin foi ao ar ontem, no intervalo do “Jornal Nacional”, da TV Globo. Foi uma operação sigilosa conduzia por Nizan em apenas um mês e meio, desde que se encontrou pela primeira vez com o pagodeiro, dia 4 de fevereiro, na casa dele em Xerém. Os dois passaram a tarde inteira conversando e descobriram inúmeras coincidências pessoais, como a mesma idade, a devoção a Cosme e Damião e o gosto pela cultura popular. Nizan fez uma longa e apaixonada defesa do valor do gosto popular no Brasil, concluindo com uma de suas frases de efeito:

— No Brasil, a cultura popular venceu.

E acrescentou, no mesmo tom:

— Nunca mais Noel Rosa vai morrer pobre neste país.

Música sobre amor verdadeiro foi golpe final

Regada a cerveja (Brahma), a conversa teve um detalhe importante: não falaram em dinheiro. Segundo Nizan comentaria depois com as pessoas de sua agência, este era o último assunto que queria tratar com o pagodeiro, já que isso não era importante numa negociação deste tipo:

— Tudo o que eu oferecesse a ele, o outro lado poderia dobrar, tranqüilamente. Então, isso foi apenas um detalhe.

O argumento de Nizan Guanaes para Zeca Pagodinho foi então o seguinte:

— Eu tenho a única coisa que eles não podem te oferecer, a Brahma, a cerveja que você toma.

E aparentemente foi o que pesou na decisão de Zeca Pagodinho. Nos últimos eventos públicos em que aparecia, sempre fazia questão de brincar indiretamente com isso, embora estivesse sob contrato da Nova Schin. Chegou a fazer gestos com alusões à cerveja rival. Neste mercado não há amadores, a guerra é total: os olheiros da Brahma estavam atentos a tudo e recolheram um farto material com histórias do cantor mostrando-se arrependido. Foi isso que motivou a investida. Numa das conversas, o pagodeiro chegou a desabafar:

— Não agüento mais ter que beber escondido a cerveja que eu gosto.

A preocupação de Zeca era grande, não queria ser acusado de traidor e nem fazer leilão com a Nova Schin — também sabia que eles pagariam quanto quisesse. Quando aceitou o convite, nem levou a proposta aos donos da empresa e nem ao publicitário Eduardo Fischer. Eles souberam da mudança como todo mundo: após o anúncio na televisão, ontem.

Depois desta primeira conversa com Nizan, o cantor estava seduzido mas ainda não convencido. Pelo lado de sua carreira musical, também estava em processo de mudança, com novas empresárias. E a opinião delas foi importante. A conversa definitiva, na qual se bateu o martelo, foi sem a presença de Nizan – presença física, já que ele mandou pelas mãos de Bia Aydar (presidente da agência MPM) e Alex Lerner (da assessoria H2M) um argumento que amoleceu de vez o coração do pagodeiro: a letra de uma música falando do verdadeiro amor das pessoas pelas coisas das quais realmente gostam. Foi esta música de Nizan que Zeca Pagodinho cantou, com pequenos ajustes, ontem à noite na televisão.

Convencido o cantor, foi armada uma operação de guerra para gravar, em sigilo, o comercial divulgado ontem. O que não foi fácil, já que havia 40 figurantes envolvidos na gravação, num estúdio em Grumari, na quarta-feira. Todos tiveram que entregar seus celulares e assinar um contrato com cláusula de sigilo. Deve ter sido um dos raros casos em que um segredo foi guardado por mais de cem pessoas.

O filme foi finalizado numa produtora que funciona na residência em que Machado de Assis casou, no Cosme Velho. O que motivou um último comentário de Nizan:

— Espero que o mulato nos abençoe.

Nem entro em discussões sobre a conduta ética do Nizan, mas o caso é que tenho que tirar o chapéu para a atuação do cara. \”Tudo o que eu oferecesse a ele, o outro lado poderia dobrar, tranqüilamente. Então, isso foi apenas um detalhe.\” é perfeito! Não adianta ir lá encher uma pessoa de dinheiro se isso vai contra o que ela é. Ok, sabemos que o Nizan só veio com esse papo porque ele viu que o Zeca pagodinho tava insatisfeito com o papel de garoto propaganda da Schin (quem não ficaria?), mas mesmo assim a argumentação é de tirar o chapéu.

Só na bagaça!

O que acontece quando os amigos (no caso uma amiga, a Nay) saiu com uma câmera digital na rua? Simples: ela pega o teu lado caminhoneiro!

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Bah, só faltou o medalhão de São Jorge no peito e o palitinho de dente no canto da boca!