Uma experiência democrática

Pronto, começou. A sorte foi lançada. E que seja travada a boa batalha.

Sim, começo esse post de forma meio dramática, mas de certa forma a história é meio dramática mesmo. O que acontece é o seguinte: em março de 2004 eu criei no Orkut, entre várias outras, a comunidade da cidade de São Leopoldo. Foi tão somente um acaso, o fato de ser um dos primeiros habitantes da cidade a fazer parte da rede. Contudo, como sou um cara que leva muito a sério essa história de Internet e de comunidades online, sempre procurei manter a comunidade mais ou menos limpa. Isso significa tirar os spammers, tirar as propagandas, os tópicos ofensivos, etc. É um trabalho na qual não se ganha nada e que muitas vezes resultam em encheção de saco, com gente reclamando de censura e o diabo a quatro. Mas enfim, desempenho o papel que eu acho que eu tenho que desempenhar, e creio que a prova da qualidade do trabalho que estou desempenhando está no fato de que essa comunidade se encontra atualmente com mais de 9.000 membros.

Contudo, de uns tempos pra cá, tenho percebido que essa minha forma de gerenciar tem desagradado uma série de pessoas. Além disso, algumas acusações de tomar partido também me foram feitas. Sim, como era de se esperar após tanto tempo eu estou desgastado diante da comunidade. Ok, não é tanto tempo assim se levarmos em conta que durante um período o dono da comunidade foi o meu amigo Delmo Schemes Jr., que segurou as pontas durante um tempo que eu estava sem acesso rápido ao Orkut, mas o caso é que eu estou a muito tempo na manutenção da comunidade.

Então, o que fazer? Passar a comunidade para outra pessoa, alguém que fosse mais simpática aos olhos dos membros? Não, isso não iria adiantar em nada, pois iria faltar para essa pessoa o mesmo que me falta, que é a legitimidade do cargo. Sim, legitimidade. O Orkut é um grande centro de ditaduras, de comunidades onde quem manda é o criador e ninguém mais. Ok, há os mediadores, mas o papel deles muitas vezes é limitado pelo dono. E dentro disso não há, em nenhum momento, um mecanismo para apurar se o trabalho do dono da comunidade é bom ou não. Ok, a gente percebe quando há um moderador ativo numa comunidade: há vida nela, conversas, trocas de idéias, além de se ver que não há spams. Mas, na maior parte das vezes, o que se vê é que as pessoas tendo entrado numa comunidade se mantém nela, estando ela bagunçada ou não. Sim, as pessoas são um pouco comodistas, não procurando comunidades melhores.

Então, já que as pessoas são comodistas, que eu gosto de ser moderador da comunidade porém não me sinto muito à vontade fazendo o meu papel e que eu sei que simplesmente passar a comunidade adiante não vai adiantar em nada, resolvi dar uma de louco e chutar o pau da barraca: convoquei eleições para dono da comunidade. Com isso a comunidade fica livre para decidir se aprova ou não como eu tenho conduzido ela. Para dizer que não aprova é simples: basta votar em qualquer um dos outros candidatos. Simples assim. Assim sendo, hoje eu coloquei no ar a enquete que pergunta quem deve ser o dono da comunidade. Essa enquete vai ficar no ar até o dia 21 de setembro, e, no dia 22, se a comunidade optar por outro dono, esse já estará moderando a mesma.

Que? Se eu tenho medo de perder a comunidade? Sim, claro que tenho. Aliás grandes são as chances disso acontecer… Contudo o caso é que do jeito que está hoje eu não me sinto à vontade para poder administrar ela direito, já que eu sou ali um líder por mero acaso, não por consenso. E espero que quem ganhe ali tenha essa segurança: que está ali desempenhando seu papel pela vontade da maioria.

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