Constantine não é Constantine

Acabo de voltar do cinema onde vui ver Constantine e juro que ainda vou entender a lógica dos produtores de filmes que pegam um personagem e uma história que são interessantes e transformam tudo isso numa coisa que não tem nada a ver com o original. Não, não estou falando do fato do Constantine nas histórias ser loiro e pegarem o Keanu Reeves para fazer o papel dele. Isso é só um pequeno detalhe. Assim como é um pequeno detalhe ver Chas, o eterno capanho, ser transformado num herói. Ou que o Meia Noite tenha se transformado num amigo do Constantine. Isso são detalhes. De-ta-lhes.

O que eu estou falando que não tem nada a ver com a história é o fato de que transformaram o Constantine num bundão.

Para quem leu Hellblazer salta aos olhos o desejo de Constantine ir para o Paraíso, de ser redimido. Ora, nada pode ser mais distante do que a história original! Constantine em Hellblazer nunca se interessou pelo Paraíso. Aliás ele encarava o Paraíso como sendo uma tirania celestial. O detalhe é que Constantine também não estava nem um pouco interessado em ir para o Inferno, lugar onde com certeza iam fazer picadinho dele. Num mundo com duas opções ele queria uma terceira, particular, de forma que em Hallblazer o que Constantine fez foi peitar o Inferno, a ponto de garantir a imortalidade. Sim, afinal se ele morresse o Inferno entraria em conflito e a tríade que o governava ia se aniquilar. Assim, o homem se colocou no fio da navalha para se salvar. Não, ele não fez um gesto redentor e não passou a fumar tabletes de nicotina, caro espectador que não leu a história original.

E o que me deixa mais indignado é que se mudassem o nome do filme (logo, o nome do personagem principal) esse filme seria bom, muito bom. Mas não, esse pessoal lá da Califórnia tinha que apelar…

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