Você realmente está bem ou estão te bajulando?

Deixe-me ver… O salário mínimo brasileiro é de 350 reais, o que dá 4200 reais por ano sem contar o 13º e descontar impostos. Levando que hoje 1 real equivale a 0,467508181 dólares, temos que uma pessoa que recebe um salário mínimo mensal ganha cerca de 1963 dólares por ano. Ok, e o que temos? Temos que 81,85% da humanidade tem menos grana que essa pessoa aí:


Das duas uma: ou realmente tem muita gente miserável nesse mundão de Deus e a situação brasileira (mesmo sem levar em conta variáveis como custo de vida nesse ranking aí) não é tão ruim assim ou esse site procura jogar a pessoa que consulta numa posição confortável (“Opa! Tô tão bem assim comparado com o resto do mundo?”) para que ela se sinta motivada a fazer uma doação. E aí? O que você acha?

Bem, quanto à doações eu fico me perguntando se alguém deve abrir mão de comprar uma TV de alta definição para dar o dinheiro para crianças numa vila em Angola. Pode parecer crueldade, mas como ficam os empregados da empresa de fabricação de TVs? Eles vão viver do quê? E se forem mandados alimentos para Angola, como ficam os produtores locais? Será que a maior doação não está em investir no trabalho? Quero chamar a atenção que a ONG que fez a página acima não faz simplesmente doação de alimentos, mas sim ajuda a promover a agricultura sustentável, de forma que não temos aí o esquema de dar o peixe, mas sim o ensino da pesca, mas o caso é que se vê muitas ações de doação por aí que simplesmente procuram despertar o lado mais “humano” de todos nós sem levar em conta que dar muitas vezes é criar dependência. Ok, se pode dar o peixe enquanto se ensina, até para o coitado não morrer de fome antes do fim da aula, mas você entendeu o que eu quis dizer, certo?

Bem, particularmente eu acho que, na dúvida, deve-se evitar fazer uma doação dessas aí e que se deve procurar uma associação beneficiente perto da sua casa se você acha que está realmente bem a ponto de ajudar os outros. E ajudar aqui no sentido de ajudar a desenvolver os outros, não simplesmente dar esmolas, ajudar as pessoas a andarem por conta própria.

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