Fui assistir Neto Perde Sua Alma, produção gaúcha que ganhou prêmio especial de júri, de público, de som e de montagem em Gramado. Merecia? Bem, o cinema que eu fui, aqui no shopping de São Leopoldo, não permitem que eu possa responder quanto ao som, já que o mesmo estava horrível. Quantos aos outros, bem… Na verdade, o filme sofre de 2 males:

  1. paisagismo de cartão-postal constante: parecia que o filme era financiado pela Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul. Várias e várias tomadas de paisagens, da vida no campo, das lides gaudérias, no melhor estilo “para inglês ver”
  2. o filme parte do princípio que quem está olhando sabe a história da Revolução Farropilha. Tanto que a única cena que aparece da guerra é a da Batalha do Seival, que pode ter sido emblemática, mas não explica como o conflito nos pampas durou 10 anos. Para quem não é do Rio Grande do Sul, o filme não é nem um pouco claro.

Mas tirando esses dois defeitos, o filme é bom ou não? Sinceridade: é mediano. Há cenas belíssimas e fortes (a do Neto narrando seu encontro com o Imperador é sensacional), mas no meio de um vai não vai que não tem sentido. Eu realmente lamento pelos alunos das escolas de ensino médio que essa semana (é a Semana Farroupilha, quando se comemora a revolução) serão obrigados pelos professores de história a ir no cinema e assisti-lo. Não é um filme para adolescentes, mas sim para adultos que primeiramente conhecem a história e segundo que entendem os vários símbolos que estão espalhados pelo filme (o mais óbvio é o do corpo do Neto na cama do hospital, como se fosse um Cristo agonizante).

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