Como dois mais dois é quatro

Vi no blog Freaknomics a seguinte pergunta: Por que os fãs americanos de esportes não são os mais violentos? Bem, eu confesso que de futebol eu entendo tanto quanto aramaico, mas enfim vou dar meu pitaco…

Eu acredito que não é tanto uma questão de nacionalidade, mas sim de esporte mesmo, no caso o futebol. O que temos no futebol? Um jogo que simplesmente dá nos nervos: são 90 minutos em que dois times ficam correndo para lá e para cá na esperança de fazer um, dois gols. E o que se vê no basquete, beisebol, volei e hockey? Pontuações o tempo todo, mudanças, uma hora o torcedor comemora, outra lamenta, mas o placar é dinâmico, corre, não fica parado. E vale lembrar que o futebol americano e o hockey são esportes extremamente violentos, que atraem pessoas violentas, e nem por isso se fica sabendo de fãs destes fazendo quebra-quebra como os protagonizados pelos torcedores do futebol.

Outra coisa que os outros esportes não tem mas que há no futebol é o conceito de “campeão moral”. Nos outros esportes o time que jogou melhor ganha, não tem essa de que o time teve a melhor marcação, o melhor ataque, fez tudo certo, mas por uma questão de azar levou o gol que definiu o resultado da partida. Isso é coisa só do futebol, e é em cima disso até que se cria a magia do futebol, a magia de que Davi derruba Golias mesmo sendo mais fraco. É esse tipo de coisa que abre inclusive espaço para as famosas discussões de segunda-feira, onde o que mais se ouve é “o teu time levou mas não merecia, o outro time era bem melhor”.

Pois é, futebol é tensão o tempo todo, nervosismo puro. Acaba que esse nervosismo tem que ser estravazado de alguma maneira, e essa maneira é a violência. Querem acabar com a violência no futebol? Ok, botem mais segurança nos estádios, condenem o torcedor violentos a comparecer a uma delegacia de polícia no dia e horário em que seu time for jogar, tudo isso, mas também mudem o futebol. Deixem o jogo mais dinâmico, mudem a regra do impedimento, retirem o goleiro, enfim, tornem o jogo algo menos tenso, que dê ao torcedor algo que sublime sua violência e que não deixe aquele gosto de “fui roubado”.

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