Na minha pele um pedaço de ti

A Carmela é cheia de tatuagens. Cheia. E ela vai fazer com o Verani algumas novas no braço esquerdo:

em determinado ponto da conversa com o verani eu tive aquela impressão de que ele não estava compreendendo bem o que eu estava pedindo. então eu tentei ser o mais carmela possível dizendo que eu queria que ele fizesse parte da minha vida, que se tornasse meu amigo, alguém de quem vou me lembrar pra sempre, até morrer. ok, eu acho que devo ter surtado a cabeça do cara nessa hora mas é assim que funciona pra mim. tu é um artista, então tu tens de criar algo que seja o mais “eu” possível, algo meigo, e de forma a isso acontecer tu precisas me conhecer, fazer parte da minha vida, me dar um abraço apertado e sorrir pra mim.

o abraço eu já ganhei e o sorriso também.

É por essas que eu gosto dessa doida 🙂

Pull outta me!

Listas das melhores são legais, servem para a gente conhecer coisas boas dentro de cada gênero. Algumas listas são criadas por um time de especialistas, outras são votadas, outras são baseadas em pontos, e por aí vai. O caso é que de uma lista é raro você não parar para dar uma conferida em pelo menos um ítem que seja.

Mas nada se compara a listas de piores, onde simplesmente a gente tem acesso a aquilo que a critividade humana regurgitou de mais escabroso. Quer um exemplo? Olha só essa lista dos 100 filmes com as piores votações do IMDB. São filmes tão ruins, mas TÃO RUINS, que a gente até se surpreende que alguém se deu ao trabalho de ir lá dar uma nota. É como se perguntar porque diabos o pessoal do Gordurama perde tempo escrevendo sobre o Rádio de Outono

Autismo

Do Tony, falando sobre Donnie Darko no (ótimo, por sinal) blog Os Jovens Turcos:

Uma obra de arte perfeita necessita ter todos os elementos para sua compreensão dentro dela mesma. O filme não tem. Tu precisa catar na Internet o livro dentro do filme, Philosophy of Time Travel, para poder compreender 50% do final. Pessoalmente, achei isso muito legal na primeira vez, pois tive que sair lendo trinta mil coisas sobre viagens no tempo, relatividade, Deus, livre-arbítrio e todos os etceteras para poder entender o filme. Atualmente, acho que o Kelly podia ter sido um pouco mais bondoso com o espectador.

Obrigado Tony. Era bem essa a frase (“Uma obra de arte perfeita necessita ter todos os elementos para sua compreensão dentro dela mesma. “) que eu precisava para explicar porque acho que Magnólia não é essa maravilha toda. Vale lembrar o que o Mac escreveu a respeito no blog dele tempos atrás:

outro dia lá no mack, o charles mandou uma: “a chuva de sapos estraga o filme” tentei argumentar dizendo que fazia parte das referências bíblicas que o diretor Paul Thomas Anderson inseria no magnólia, mas não lembrei na hora de quais eram estas referências, e ele me cutucou…

“…então mac, diz aí, quais as referencias bíblicas do filme magnólia ? “

fiz algumas buscas pela web, e refresquei a memória sobre o filme. Este texto aqui, por exemplo, comenta as várias inserções dos números 8 e 2 e que em um momento aparecem em um cartaz que alguém da platéia do programa de auditório de Jimmy Gator carrega; no cartaz a inscrição: Êxodo 8:2

outra coisa interessante que achei foi uma análise semiótica e leitura dos símbolos do cartaz de magnólia feito por Márcia Okida pelo site designgráfico.

Acredite, magnólia é uma filme sobre esperança.

Olha, até acredito que pode ser um filme sobre esperança, não é esse o caso… O problema todo de Magnólia é ele obrigar o espectador a conhecer a fundo a Bíblia. Ou alguém acha que alguém vai lembrar do versículo bíblico no meio de um filme? Por mais que Êxodo 8:2 (“Se recusares deixá-lo ir, eis que castigarei com rãs todos os teus territórios.”) esteja inserido na história, o filme falhou ao não deixar clara essa referência. Que botasse um maluquinho em cima de um caixote em uma praça pública ou um sermão de um pastor pentecostal numa rede de TV recitando ele en passant, enfim, que citassem o versículo durante o filme, e não que obrigassem o espectador a ficar prestando atenção numa referência escrita em um cartaz segurada por um cara perdido no meio duma galera. Para mim o filme falhou nas referências, falhou em deixar elas claras, e justamente por conta dessas falhas aquela chuva de sapos acaba se tornando um dos maiores Deus ex machina dos últimos tempos. Ou isso ou Magnólia é um filme para ser olhado não numa sala de cinema, mas sim em casa, num DVD, usando e abusando do botão de pause para ficar catando detalhes.

E, como se sabe, assim não dá, Bionicão!

Vandalismo vegetal

Ops, o título devia ser vandalismo digital, mas enfim é que é o seguinte: estava eu indo dar uma olhadinha nos meus scraps no Orkut quando dou de cara com um scrap mandado por um… pimentão? Vou dar uma conferida no profile e vejo lá que entre os amigos dele só há vegetais, sendo que todos esses vegetais participam de uma comunidade criada pela… Grande Abóbora? Vou então dar uma conferida em cada um dos perfis que fazem parte dessa corrente ortifrutigranjeira e o que percebo? Que além deles ficarem perguntando por onde anda o Abavuca cada uma dessas hortalícias aí andou deixando recados nos scrapbooks de pessoas que tem blogs, como eu, a Fabíola Cristófoli, o Cardoso, a Vanessa Bárbara, o Mateus Potumati e por aí vai, além de fazerem uma menção à PizzaHut. Sabe, não quero dizer nada, mas tudo isso me cheira a mais um famigerado marketing de guerrilha…

Olha, não é de hoje que o Orkut tá infestado de spam. Sim, é chato pra burro isso. E o problema é que tal atividade ajuda a tornar a rede mais lenta do que ela já é. Só que, ao contrário do email, o Orkut tem um sistema de punição para casos de spam que muita gente não faz uso. Assim, caso alguém invente de botar uma mensagem de propaganda (ou que pareça propaganda) na sua página de recados não seja passivo, reaja. Vá no perfil da pessoa, clique em “Falso! Denunciar” e tasque ali um “Outros” com a mensagem “Scrapbook spammer”. Se os administradores do Orkut verificarem que o perfil vai contra o estatuto da comunidade este é retirado do ar. É claro que quanto mais pessoas denunciarem um perfil mais rápido o spammer (ou o autor de ações engraçadinhas como essa aí dos hortifrutigranjeiros) vão ser retirados do ar. O mesmo vale para racistas, pedófilos, pessoas que usam o Orkut para atividades ilegais. Assim sendo, reaja e ajuda a tornar o Orkut uma ferramenta mais útil clicando no botão de denunciar. Ele não está ali só para bonito.

Virei fã

Sabe aquela sensação de como não ouvi falar disso antes? Pois é, é o que eu senti ao abrir meus emails hoje e encontrar várias referências ao Vanguart. Fui dar uma procurada e achei músicas deles no TramaVirtual e… como é que eu nunca ouvi falar deles?


Rainy Day Song

what is boring is my soul that i never use to harm
and what’s cruel is your skin perspiring so unkind
i never used to be a boy and i’ve never been shy
and i never used to kiss like we did last night

no, it’s no good, i’m almost sure, i can’t be good
love’s to share and it’s a lie i love to keep on my head
cause if god is really fair, he will forgive me
for the things we used to say and for the guilty sleep

come, come, come…
read myself in your late eyes.

Estou ouvindo sem parar essa música, quase um Johnny Cash com cara de Radiohead… Lindo, simplesmente lindo.

Palavras

Lembro quando Celedo Raymundo, o pai da Mônica (minha vizinha e colega de classe por quem eu nutria uma paixão forte) morreu. Ele estava com câncer e já vinha definhando a um bom tempo, sofrendo o processo que se descortina entre tratamentos e esperanças de cura. Até o dia que ele perdeu a luta para a doença e se foi, isso depois de meses e meses de sofrimento. Lembro que no velório os comentários com o pessoal da família eram sempre “O bom é que parou de sofrer”, “Finalmente descançou” e por aí vai. E eu? Bem, eu cheguei na frente da Mônica, olhei nos olhos dela e disse “Dizer o que né?”. Ficamos abraçados por um bom tempo, e acredito que aquele abraço tenha feito bem para ela.

Pois é, hoje fiquei sabendo pelo Mac que a mãe da Nay não está mais entre nós. Não tive a chance de chegar para ela e falar “Dizer o que né?” e abraçá-la, pois ela foi para São Paulo. Queria poder abraçar, fazer ela lembrar que ela tem amigos e que a gente está aqui para apoiar ela. Stay gold, amiga.

Via maquiavélica

BlueBus: Falta de convite para invasão da Aracruz deixou RBS aborrecida

A invasão de uma unidade industrial da Aracruz no RS, assunto nos jornais, acabou provocando 1 reação aborrecida na RBS TV. Band, Record e SBT, avisados com antecedência pelo movimento Via Campesina sobre a manifestação que seria realizada, acompanharam o fato e registraram com imagens em seus telejornais. A RBS TV ficou de fora e não gostou – conta 1 leitor que repassa a Blue Bus texto de comunicado interno da emissora gaucha. Sob o título ‘O orgulho de nao dar o furo’, o diretor de telejornalismo, Raul Costa Jr, diz aos colaboradores que “pela primeira vez” ficou feliz de “não dar antes uma notícia”. Para o diretor, o fato de a RBS não ter recebido nenhum comunicado prévio sobre a manifestaçao significa que “o movimento não reconhece a empresa para esse tipo de ação”. Alivia-se – “Ainda bem”. Comemora – “Nao somos confiáveis pra fazer propaganda de um crime”.

BlueBus: Falta de convite para invasão não aborreceu RBS, pelo contrário

Recebemos do diretor de jornalismo da RBS TV e TVCom a propósito de notícia que publicamos ontem aqui – “Li esta notícia no site e fiquei estarrecido. O texto contraria tudo o que escrevi para os funcionários da RBS TV e TVCom. Em momento algum fiquei aborrecido por não ter sido convidado a participar da invasão da Aracruz Celulose no RS. Pelo contrário. Tudo o que escrevi foi para ressaltar a importância de não participarmos deste tipo de evento e da nossa responsabilidade social como mídia em não darmos guarida a atos criminosos. Pelo que foi publicado pelo Blue Bus parece que gostaria de ter mandado equipe. O debate que estamos fazendo na RBS é exatamente o contrário. Como ter mecanismos internos que evitem sermos envolvidos em atos como este. O que fiquei estarrecido foi com a atitude de outros veículos que foram lá, não questionaram, fizeram matérias, não ouviram o outro lado e ainda venderam para o telespectador como material exclusivo e produto de investigaçao jornalística. Mas isto é outro debate que não cabe fazer neste momento”.

Bem, afinal a RBS foi convidada para assistir a manifestação que culminou na atitude criminosa de destruir o laboratório de pesquisa da Aracruz ou ela foi convidada e não foi porque sabia que haveria invasão? Ou a RBS acha que uma manifestação feita por Sem Terras é uma atitude criminosa? Confesso que me confundi nesse ponto aí…

Mas enfim, pegação no pé da RBS à parte, a pergunta que realmente deve ser feita é: será que a Aracruz teria sido invadida se não tivesse ninguém lá para registrar (e posteriomente divulgar) o fato? Se nenhuma empresa de jornalismo falasse sobre o assunto tal ação teria valido a pena para a Via Campesina? Vale chamar a atenção que o mais preocupa quem organiza esse tipo de ação é que as suas idéias sejam divulgadas. Com o vandalismo feito contra a Aracruz eles colocaram na roda expressões como “monocultura depredadora” e “biodiversidade”, num evento que é realmente um “marketing de guerrilha”, onde os fins (divulgar suas idéias) são mais importantes que o meio (destruir o trabalho de pesquisa que estava sendo feito, trabalho esse que podia muito bem ser como desenvolver uma monocultura que não prejudique o solo – afinal não é interesse de uma empresa agrícola que o solo definhe). Se não tivesse nenhum veículo de comunicação lá tudo não teria passado de um fato policial, pintado com cores dramáticas no site da CMI.


E que fique registrado que a mulher que melhor simbolizou o Dia Internacional da Mulher este ano foi a pesquisadora Isabel Gonçalves, que apareceu chorando no Jornal Nacional ao ver o resultado de 20 anos de trabalho destruído. Afinal o que dizer de ter que ouvir depois disso tudo um homem falando “Se essa pesquisadora fosse séria não tinha se vendido a uma multinacional que adota a monofloresta”? Isso para mim é tão machista quanto dizer “Ela foi estuprada porque estava provocando”. Nem ver o Stedile elogiando a mulherada que foi lá para servir de bucha de canhão supera a grosseria.

Busão do rock gaúcho

No mínimo: Hip hop para turistas

Viajar de ônibus com Kurtis Blow pelas ruas do Harlem e do Bronx, onde surgiu o hip hop, é um privilégio. É como se João Gilberto fizesse sinal para o frescão na Avenida Atlântica e resolvesse contar a história da bossa nova aos passageiros. “Nova York era uma cidade falida em 1973. E, se Manhattan estava um tanto pobre e violenta, imagina o South Bronx! Ninguém tinha emprego nem pagava aluguel. Vários donos de imóveis botavam fogo nos prédios para receber o dinheiro do seguro. E o povo não só continuava morando ali como adorava fazer festa. Numa delas, nasceu o hip hop”, lembra Blow, diante de uma platéia de turistas japoneses, sul-africanos, ingleses, canadenses, brasileiros e americanos, enquanto passeia pelas ruas novaiorquinas. Ele foi o primeiro rapper a assinar com uma grande gravadora, a inglesa Mercury/Polygram, em 1979, e a ganhar um disco de ouro, com “The Breaks”, no ano seguinte.

Do jeito que o rock gaúcho é endeusado já vejo uma Topic com indies cariocas, paulistas e de Brasília indo do Ocidente até o Garagem Hermética tendo como guia o Júlio Reny

Que Origami? Eu quero é o Oqo!

No filme Piratas do Vale do Silício tem uma parte em que Steve Jobs fica sabendo que vai receber uma visita do pessoal da Micro Soft (que era como a empresa se chamava na época) e solta algo como “ah, aqueles caras não tem bom gosto”. Pois é, essa cena é a primeira coisa que me vem à cabeça quando eu olho fotos dos tablets do Ultra-Mobile PC (ou se você preferir Origami):

Origami Samsung Q1

Olha, a única palavra que eu tenho para esse modelo, assim como os outros mostrados, é FEIO. Por Deus, o que custa fazer um dispositivo mais bonito? E ainda tem o fato de que ele é grande, do tamanho de uma caixinha de DVD. Não, não dá para entender o gosto do pessoal de Seattle.

Se é para comprar um computador de mão que roda o WindowsXP, sou mil vezes mais o Oqo:


Elegante, pequeno (é do tamanho de uma carteira de bolso), com praticamente as mesmas características do UMPC. O único problema do Oqo é que ele é simplesmente o dobro do preço do UMPC. Mas enfim, como eu de qualquer maneira não vou comprar um handhelds nos próximos meses, só podendo sonhar em ter um, isso não chega a ser um problema tão grande assim…