Sob a sombra do pé de jequitibá

Fui ver hoje Corpo Fechado. Só posso dizer: é um filme para quem adora quadrinhos. Nesse caso, o filme tem um roteiro sensacional, muito bem pensado, apesar de um pouco arrastado. Já para quem não gosta… Bem, a reação da maior parte das pessoas no fim da sessão dá um quadro exato da situação: frustração pura e simples. Cheguei a ouvir um “eu paguei prá ver isso?“. Só encontrei outra pessoa que saiu do filme sorrindo, e sim: ela tinha cara de quem lê histórias em quadrinhos. E é justamente isso: é um filme para quem gosta de quadrinhos, curte quadrinhos, conhece todos os clichês dos quadrinhos. Não é um filme tão bem conduzido quanto X-Men, onde mesmo quem nunca leu alguma coisa da turma do Xavier acabava gostando do filme, mas tem seus méritos. Aliás, se o filme fosse uma HQ ela seria algo que fugiria completamente do padrão. Afinal, o herói não se torna herói depois de um acidente que o transforma (na verdade o acidente mostra quem ele é de fato, servindo de revelação) e o vilão quer algo muito mais sutil do que poder ou fortuna, como é o caso de 99,99% dos vilões que a gente vê por aí. Bem, não vou falar mais pois isso estragaria a história, e não quero dar esse desprazer para outro gibimaníaco.

Update em 2014: bem, a essa altura quem viu viu, de forma que dá para comentar. No caso o que o vilão quer não é dinheiro ou poder, mas sim entender o seu lugar no mundo, uma explicação para a sua fragilidade. É uma busca pelo sentido da própria vida.

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