Tradutores online: quem sabe a gente fazendo parte do G8 eles não me melhoram?

A questão de alguns meses atrás fiz um teste com o Google Translator usando uma frase do Chico Buarque: O que será que será que dá dentro da gente e que não devia?.  Bem, estava dando uma olhadinha nos meus feeds e lá pelas tantas vi uma dica sobre um tradutor feito pela Microsoft. Na mesma hora pensei: como será que ele se sai no teste? Só para constar o Google continua traduzindo a frase acima para What would be giving into the people and that should not?, porém retornando dessa vez Qual seria o que dá para a gente e que não deve?. Como se pode ver não é nenhuma beleza de tradução… Vamos à Microsoft então:

What is to be 2003/484/CFSP(2) within the people and that should not?

MAS QUE DIABOS É ISSO ? ? ? 2003/484/CFSP(2) ????  Ok, vamos dar uma chance pro tradutor e fazer de conta que o que retornou foi What is to be within the people and that should not?. Indo na ferramenta e traduzindo a frase para o português temos então O que é nas pessoas e que não deve?, o que não é nada mal! Tem muito mais sentido que a frase que o Google retornou! Está bem longe do perfeito, mas enfim está melhor.

Mas já que estamos testando tradutores como será que se sai o AjaxTrans, site que fiquei conhecendo pelo StumbleUppon esse fim de semana? Bem, a frase em inglês saiu What would be giving into the people and that should not?. Hm, peraí, eu já vi isso antes, não? 😉 Só para confirmar, em português a frase acima foi convertida para Qual seria o que dá para a gente e que não deve?. É, como se pode ver o Joel Parish faz uso do Google Translator na ferramenta dele… 🙂

Mas enfim, resolvi antes de fechar esse post fazer mais um teste: como seria se cada ferramenta convertesse para o português a frase gerada em inglês pela concorrente? Bem, a Microsoft converteu What would be giving into the people and that should not? para O que seria dar para as pessoas e que não deve?, e o Google translator converteu What is to be within the people and that should not? para Qual é a de estar dentro das pessoas e que não deve?. Esperava ver um resultado melhor, as duas trabalhando junto, mas ainda não foi dessa vez…

Jeito capilé de ser

Olha, pode-se falar o que for de São Leopoldo, menos que ela não é uma cidade interessante. Por mais que a gente veja a decadência no centro, as armações políticas, as paradas que se dá na produção cultural, sempre há algo para se ver na cidade. Ok, pode ser que algumas coisas você não goste, como o perfil da vida noturna da cidade que é composta por carros andando na rua principal da cidade tocando funk sem parar, com o povo na calçada parado em grupos tomando cerveja, mas o caso é que há uma vida noturna. Esses dias o namorado da minha cunhada soltou um “Lá em Caxias às 22 horas dão o toque de recolher e todo mundo some” com um certo toque de inveja na voz, isso quando a gente estava caminhando à meia-noite na Independência, meio que indignados com o movimento àquela hora.

Enfim, assim é São Leopoldo, e entre as coisas boas de São Leopoldo é que tem um povo que trabalha para levantar a cidade. Ok, nem todas as tentativas dão certo, mas que se tenta se tenta. E uma das iniciativas mais interessantes que tem nos últimos tempos é o do podcast Paisanos em Prosa, onde 3 turrões chatos (o Éver Ribeiro, o Zeca Baronio e o Tchakaruga de Paranaguá) que tem como característica um gosto meio esnobe onde só Chico Buarque realmente presta “coletam” figuras de São Leopoldo e entrevistam elas. Eu, da minha parte, só fui conferir o projeto quando o Marcelo Armani da SOL e o Cidade da Viana Moog* foram lá, e acabei indo conferir as edições anteriores e confesso que achei bem interessantes as pessoas entrevistadas, o que mostra que se numa cidade de quase 200 mil habitantes você não acha pessoas interessantes tu tá morando num lugar muito dos mequetrefes…

* Ah sim, já que falei na Viana Moog, aí vai a dica: tá na rede (com a devida autorização verbal – “pode por na rede! precisamos divulgar esse disco!” – do Cidade) o cd Viana Moog, de 2008.

Oi! Voltei! Sentiu minha falta? Não? Imaginei…

Pois é, eis que depois de 5 meses eis que estou de volta ao blog. Não que isso fizesse grande falta ao mundo, mas pode ter certeza que eu senti falta de blogar. Mas se eu senti falta disso porque não blogava? Bem, vários fatores, mas os dois principais são: eu não conseguia mais entrar no WordPress, já que o mesmo estava hiper-mega-desatualizado, e como eu não estava com vontade de incomodar o síndico fui deixando, sempre pensando “um dia eu atualizo o WP, e aproveito para tirar os posts antigos do b2…” até que resolvi esse fim de semana tomar vergonha na cara e mandar ver. Infelizmente não passei os comentários ainda, já que vou ter que acertar o índice de todos, assim como não relacionei os posts com as categorias, mas isso é tudo coisa que vou fazer na medida do possível…

Já o segundo motivo é que o trabalho lá na ADP Labs tá rendendo. Sim, valeu a pena sair da Unisinos para ganhar um pouco menos. Sim, valeu a pena ter que enfrentar quase 3 horas para ir e voltar ao trabalho, quando antes eu podia ir e voltar à pé em 1h30. Sim, valeu a pena quebrar toda a rotina que eu tinha, o que fez com que o meu regime fosse pra cucuia. Sim, valeu a pena tudo isso. Estou aprendendo muito, sinto que estou crescendo como profissional e posso dizer que sair da zona de conforto dá um medo desgraçado, mas é uma coisa muito boa a se fazer.

Bem, enfim, cá estou eu de volta. Sentiu minha falta? Não? Imaginei…

Aqui pertinho…


Pois é, ontem se “comemorou” os 25 anos da invasão argentina às Falklands Islands. Não digo Ilhas Malvinas visto que os argentinos perderam a guerra e com isso o direito de determinar o nome das mesmas. Mas enfim, o caso é que é engraçado ver que para os habitantes da ilha a invasão foi uma boa. Afinal, antes da invasão as ilhas eram um pedaço de terra perdido no meio do mar que era deixada de lado pela Inglaterra. As ilhas serviam como parada para navios e os descendentes dos fazendeiros escoceses importados para lá no século XIX levavam uma vida um tanto quanto solitária. A coisa era tão feia que quando chegaram os anos 70 não havia televisão, tampouco rodovias, assim como conexões aéreas e telefones decentes. Sabe o lugar onde Judas perdeu as botas? Sim, era lá.

Pois bem, e eis que Leopoldo Galtieri resolve inventar de invadir o lugar e tudo muda. Com a derrota argentina a Inglaterra resolve investir no lugar e o PIB local passou de 4 milhões de libras (R$ 16,2 milhões) para 75 milhões de libras (R$ 303,9 milhões), dando à população do arquipélago uma renda per capita superior à da própria Grã-Bretanha. Não é a tôa que vemos crescer a população, que até então vinha decaindo, passando das 1,8 mil pessoas às vésperas da invasão para as atuais 2.955. A economia gira principalmente em torno da venda de licenças de pesca, que garantem uma arrecadação anual de 26 milhões de libras (R$ 105,3 milhões), e a ovinocultura: há cerca de 200 ovelhas para cada habitante. E para melhorar não há problemas com drogas e há 30 anos não ocorrem crimes violentos. De fim de mundo o lugar virou um pequeno paraíso.

Pois bem, vi tudo isso e me caiu a ficha para uma coisa… Bem, é o seguinte: como trabalho na área de informática é alta a exigência por um bom inglês. Eu leio razoavelmente bem, escrevo mal e não falo necas. Ano passado estava com uma professora particular para treinar a conversação, mas como ela foi pra Londres ainda não corri atrás de um substituto. Assim sendo, um dos meus planos pro futuro é um dia fazer uma imersão cultural, passar um tempo num lugar onde se fala inglês, algo como 3, 4 meses. A intenção é ir além do verbo to be sem entrar nas neuras de dominar a língua feito Jack London. O local que mais me atraia era a Nova Zelândia, que tem uma burocracia menor para ir que Canadá, Inglaterra e Estados Unidos, além de preços em conta. Contudo, devido à distância, ir pra lá tem um preço bastante salgado.

E foi assim, lendo sobre as Falklands que me caiu a ficha: Pô, os caras falam inglês! E são aqui do lado! Como é que eu não me toquei disso antes? Fui então procurar por maiores informações e vi que, de fato, os ilhéus estão interessados em oferecer imersão cultural, oferecendo aquela que eu considero a segunda melhor maneira de se aprender uma língua, que é a hospedagem na casa de uma família (a primeira melhor maneira de se aprender uma língua é de um jeito que minha namorada não ia gostar…). Outra coisa: numa ilha com uma população de quase 3000 habitantes é difícil um estrangeiro não ser bem recebido, já que a curiosidade para saber coisas sobre outros lugares do mundo é grande, mesmo nesses tempos de Internet. Então com certeza entre um copo e outro de cerveja num dos 3 bares da capital vai rolar uma conversa, e essa deve ser a terceira melhor maneira de aprender uma nova língua (não é a segunda melhor pois, não importa o lugar do mundo, sempre se encontra um bebum chato), e em um lugar em que uma das bandas locais tem como líder o chefe da polícia, não é de se duvidar que a noite seja divertida.

E outra coisa que me chamou a atenção sobre o lugar é o inglês que é falado lá:

The English language is used, mainly in its British English form. However, due to the isolation of the islands, the small population retains its own accent/dialect. In rural areas (i.e. anywhere outside Port Stanley), known as the “camp” (from Spanish campo), the Falkland accent tends to be stronger. The accent has resemblances to both Australia-NZ English, West Country and that of Norfolk in England.

Ou seja, é aquele inglês meio campesino, forte, com sílabas bem marcadas. Se você já ouviu um escocês sabe do que estou falando… Mais um ponto a favor da ilha.

Contudo, como nada é perfeito, o problema maior é chegar lá. Para nós brasileiros uma das formas de ir até lá é de barco, que sai de Punta Arenas, no Chile. Creio que o custo para ir até lá acaba não sendo tão alto quanto o custo de ir de avião até a Nova Zelândia mas mesmo assim deve ser salgado. Ainda não consegui encontrar em nenhum lugar quanto é a viagem, mas assim que achar publico aqui. De qualquer maneira já estou mandando emails para o John Fowler para ver quanto é que custa um curso de imersão de 3 meses… 😀

Much ado

É gozado como as coisas nesse nosso Brasil brasileiro adquirem uma proporção maior do que realmente são… Olhe só esse caso: um grupo de turistas holandeses e um peruano estavam em Parati e pediram ajuda para a polícia para acharem uma pousada. Os policiais foram lá, ajudaram os turistas e antes de ir embora tiraram algumas fotos. Nessas fotos aparecem eles algemando uma turista, uma turista segurando um fuzil (devidamente descarregado) e fingindo que vai atirar e por aí vai. Passa o tempo e o turista peruano publica no Flickr essas fotos e algum brasileiro vê e pronto, se dá a confusão. Os policiais são identificados e agora podem ser punidos por conta do fato de que armas e algemas não são brinquedos.

Bem, de fato os policiais deveriam receber uma punição pela brincadeira boba, mas o que não tem sentido é o comandante do 33º Batalhão da Polícia Militar de Angra dos Reis dizer que a punição pode ir desde uma simples advertência, prisão ou até a abertura de um processo que pode culminar com a expulsão dos dois da corporação. Expulsar os caras? O que é isso? É dar importância demais para uma bobagem, algo menor.

Bem, enfim, o caso é que nesse pais a corda vive estourando para o lado mais fraco. Vai ver se alguém metido num crime de colarinho branco envolvendo milhões de reais tá preso… Esses são outros que, quando algemados, é só para tirar foto, quase uma brincadeira.

União dos povos

Que beleza esse depoimento:

Em 5 minutos, o comandante da imigração, Julio Cesar, apareceu e assumiu o papel de inquisidor. Desqualificou-nos de todas as maneiras possíveis, e tratou-nos como criminosos e delinqüentes. Falou que deveríamos dormir numa casa autorizada e levar, no dia seguinte, o comprovante de pagamento. Discutimos muito, falávamos que não tínhamos dinheiro para hospedagem. Respondeu que se não tínhamos dinheiro era para voltarmos de onde tínhamos saído, chamando-nos de loucos por estarmos viajando sem dinheiro. Argumentamos que Che e Fidel também foram dois loucos sem dinheiro. Julio César somente riu.

Não acreditávamos que isto poderia estar acontecendo em Cuba.

Pelo jeito os Latinautas não se tocaram ainda de que essas casas autorizadas para hospedagem são de membros do Partido, e é por conta disso que não tem essa história não de estrangeiro se hospedar em casa de amigos. Assim sendo, não tem dinheiro não nos serve, não importa se tem amigo por aqui, vai embora, tá pensando o que, que aqui é Europa que aceita turistas só com mochila e pouca grana no bolso? Pois é, e ainda tem nego que acredita em Cuba…

Hollywood is calling

Essa é daquelas histórias legais que a gente vê de vez em quando no mundo… Jason McElwain é um garoto que tem autismo. Na verdade ele é classificado como um autista altamente funcional, o que faz com que ele consiga se relacionar com outras pessoas, se desenvolver a ponto de ter uma vida quase comum (mais ou menos o mesmo caso da Temple Grandin, a autista descrita por Oliver Sacks no livro Um antropologo em Marte) e, como muitos garotos americanos, ser apaixonado por basquete.

Devido à sua pouca altura ele nunca participou do time da escola dele, mas ele era uma espécie de mascote do mesmo, ajudando no que podia e incentivando os colegas. Querendo recompensar a sua dedicação, o técnico Jim Johson resolveu colocar ele no banco de reservas no último jogo da temporada 2005-06. Como ele é bastante popular na escola, várias pessoas foram ver o jogo carregando máscaras de papel com o rosto dele (ok, confesso que aí eu acho que americano se puxa na bizarrice…) e ficaram na expectativa de ver se ele entrava na quadra. E foi que o aconteceu: faltando 4 minutos para acabar o jogo, com o placar favorável, Johson se perguntou “e porque não?” e deu a Jason a chance de jogar, entrando na quadra para o delírio da torcida.

E aqui vem o grande detalhe da história toda:

Em 4 minutos ele fez 20 pontos.

Sim, ele virou herói na cidade onde mora. Melhor ainda, ele virou fenômeno nacional, a ponto de ser considerado um Muro de Berlim no que diz respeito ao preconceito aos autistas. A Disney já manifestou interesse em filmar a história da vida do garoto (sim, num daqueles clássicos filmes “doença da semana”), e essa semana ele se encontrou com George Bush. Nada mal para alguém que ficou meses e meses servindo água, recolhendo bolas, etc, etc…

E vale a pena ler o artigo escrito pelo The Independent, assim como vale a pena ver o vídeo: a invasão da torcida no final do jogo é algo.


Update: aliás, sobre esse assunto é bem pertinente um trecho de uma matéria do Globo Esportes que o Marcus Pessoa botou nos comentários do blog dele. Segue:

Bush, depois de ter faturado pontos políticos ao posar para fotos abraçando o novo herói nacional, ontem recebeu uma avalanche de telefonemas e e-mails acusando-o de politicagem. Os remetentes sugeriram que em vez de explorar a imagem de Jason, ele fizesse mais pelos autistas – lembrando que no orçamento, que acaba de propor à nação Bush, cortou todos os recursos destinados ao National Children’s Study, um projeto que investiga as causas do autismo, e eliminou os descontos que famílias de crianças autistas recebiam no tratamento da doença. O custo da terapia para cada uma delas chega a US$ 90 mil anuais.

Shame on you, Mr. Bush. Shame on you!

Ervis-san!

E eis que teve a Festa Noisy de lançamento do CD do Douglas Dickel (que por sinal está muito bom, logo compre!) e pela primeira vez consegui anotar direitinho todas as músicas que eu toquei (anotei também as que eu toquei no Ateliê, mas foi num arquivo de playlist do WinAMP. Se o André não apagou eu publico aqui as músicas que tocaram). Assim sendo cá está o setlist, sendo que a primeira eu toquei antes da apresentação do CD, durante o teste do cd-player:

– Xploding Plastix – Treat Me Mean, I Need The Reputation
– The Monkees – I’m a Believer
– Guided by voices – Back to the lake
– Elvis Presley – A Little Less Conversation (JXL Radio Edit)
– IDC – David Byrne Was Born In Dumbarton
– We Are Scientists – Nobody move, nobody get hurt
– I Love You But I’ve Chosen Darkness – When You Go Out
– Wilco – Monday
– Interpol – Slow Hands (Britt Daniel Remix)
– Garbage – Run baby run
– The Strokes – Juicebox
– The Jesus and Mary Chain – Head on
– The New Pornographers – Twin Cinema
– Bloc Party – Banquet (Phones Disco Edit)
– The Killers – Mr Brightside (Thin White Duke Remix)
– Metric – Dead Disco
– Viana Moog – Virnalisi
– Franz Ferdinand – Do You Want To

Uma coisa que aprendi nessa discotecagem foi a de reparar se o botão de Hold do cd-player está on. Eu pensei que a alimentação por luz elétrica direta não estava funcionando enquanto o CD não estava tocando por causa dessa porcaria aí… Resultado: eu correndo de madrugada até um posto de gasolina para ver se achava pilhas para pôr no aparelho. Desse jeito nunca vou me curar dessa gripe que está pegando no meu pé a semanas.

E quanto à festa uma coisa que eu não vou esquecer: cá estava eu conversando com o pessoal quando passa uma japa muito bonita. Atrás dela, outra japa. E mais outra. Outra. Outra. Mais outra. Uma procissão de japas passando. Parecia até um flashmob patrocinado por alguma colônia japonesa já que não parava de passar japinhas. Depois fiquei sabendo que não eram japonesas, mas sim chinesas que estavam passeando em Porto Alegre. E como dançavam aquelas gurias: foram as que mais pularam! Quando eu toquei o Elvis então o mundo veio abaixo. E o engraçado é que assim como chegaram foram embora, num instantinho. No mínimo bizarro.

De volta às armas

Eis uma notícia de hoje do jornal Tribuna de Imprensa, que não tem arquivo online (ou seja, amanhã esse link aí vai apontar para outra notícia). Os negritos-itálicos são meus:

Tribuna de imprensa: Ministro defende população armada
Vice-presidente do STM chama de “absurdo jurídico” referendo sobre proibição da venda de armas

BRASÍLIA – O vice-presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Flávio Bierrembach, considera “um absurdo jurídico” a aprovação e a implementação do referendo sobre a proibição de venda de armas e munições no Brasil. Segundo o ministro, os instrumentos do plebiscito e do referendo só podem ser aplicados para definir direitos coletivos ou direitos difusos, e não para estabelecer vetos a direitos individuais.

“O cidadão de bem tem o direito de possuir uma arma para se defender dos criminosos”, disse ele. O projeto de decreto legislativo que prevê a realização do referendo, em outubro, seguiu direto da Comissão de Segurança Pública da Câmara para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O ministro afirmou que, se pudesse, organizaria uma campanha que se chamaria “uma garrucha para cada mendigo”, e explicou: “se aqueles mendigos que foram massacrados em São Paulo tivessem uma arma, não teriam sido mortos; se aquelas pessoas chacinadas na Baixada Fluminense tivessem uma garrucha, ainda poderiam estar vivas”.

Relator do projeto que convocou a Assembléia Nacional Constituinte, como deputado federal pelo antigo MDB de São Paulo, Bierrembach sustenta que “uma sociedade em que apenas a polícia e os facínoras podem estar armados não é e nem será uma sociedade democrática”.

Bierrembach acha que a campanha do desarmamento, realizada pelo governo federal desde o ano passado e a possível proibição de venda de armas no País, faz com que “os bandidos se sintam muito mais seguros para atacar os pobres, os trabalhadores e os homens de bem, porque sabem que provavelmente irão enfrentar pessoas desarmadas”.

Segundo o vice-presidente do STM, que participou de debate no Canal CNT de televisão, faltou ao governo Fernando Henrique Cardoso, e falta também ao de Luiz Inácio Lula da Silva, “uma efetiva política de segurança pública”. Agora, concluiu, se for aprovado o referendo para proibir a comercialização de armas, num ambiente de desespero popular pela falta de segurança, o País terá, na realidade, um retrocesso difícil de ser superado no futuro. “O juiz, quando julga, sempre pergunta a quem interessa o caso em questão. Eu acho que o maior interesse na proibição de venda de armas é das empresas de segurança privada, as que mais crescem no Brasil”, afirmou.
Acordo

O projeto de decreto legislativo foi desengavetado esta semana, após dez meses sendo boicotado na Comissão de Segurança Pública da Câmara pela chamada bancada da bala. Graças a um acordo entre o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PFL-PE), e a bancada do governo, ficou decidido ontem que o projeto seguirá direto para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por ter cumprido o prazo regimental de dez sessões sem ter sido votado na comissão anterior.

Da CCJ, o projeto seguirá direto à votação no plenário, até o final deste mês ou início de maio, com a pergunta original: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?”. O referendo está previsto para 2 de outubro em todo o território nacional e, pela proposta, será obrigatório para os 130 milhões de eleitores brasileiros.

A Justiça deu prazo até o início de maio para que o projeto seja aprovado a tempo de preparar a estrutura de votação, programação e distribuição das urnas eletrônicas. O TSE vai aproveitar a ocasião para testar o novo título de eleitor, com foto e leitura digital do polegar dos votantes.

Pois é… como é que alguém pode dar ao Estado o monopólio do uso de armas? Principalmente num país onde a polícia sobe atirando em morros e mata quase 30 numa briga entre grupos de extermínio? Não dá, simplesmente não dá.

E é claro: não dá para liberar o uso de armas sem exigir que a pessoa que a está comprando não tenha treinamento. Vamos pegar o caso da Suíça, que é um dos melhores exemplos sobre o uso consciente de armas por parte da população. O que é feito lá? Todo jovem tem que servir o serviço militar e apenas pode votar quem serviu (assume-se por lá que é cidadão quem está disposto a dar sua vida para a pátria). Após servir, o jovem entra na reserva, onde vai permanecer até os 50 anos, e recebe do exército um fuzil automático para levar para casa, assim como munição. É óbvio que o ex-soldado recebe todo um treinamento de como usar a arma, de como noções de cidadania, da importância da democracia, da importância dos plebiscitos comunais e de como usar sua arma para defender esses valores.

Tal treinamento democrático é o que falta por exemplo nos Estados Unidos, onde é dado a todo cidadão o direito de uso de armas, mesmo não demonstrando ter tido um programa de instrução do que é ser um cidadão armado. Quem viu Tiros em Columbine sabe muito bem do que estou falando, e é justa a guerra santa que o Michael Moore tem feito contra o fato de ser extremamente simples se conseguir uma arma nos Estados Unidos, tão simples que até um adolescente idiota, que não tem as mínimas noções sobre o uso adequado da arma, o pode fazê-lo. Além do que o Exército Americano é um formador de máquinas de guerra, não de cidadãos.

Ou seja: desarmando a população você coloca ela em risco de ser dominada por um grupo armado, seja esse grupo ligado ao Estado (ou aos militares, numa situação de golpe), seja esse grupo ligado ao crime. Ao mesmo tempo deixar o cidadão armado sem ter nenhum treinamento do uso da arma é também um perigo. A solução? Pois é, eu olho para a Suíça e me parece que lá eles acharam a resposta, que é uma velha conhecida nossa e que a gente sempre deixa em segundo plano: EDUCAÇÃO.

Che Guevara? Mas tchê, que vara!

Aliás, falando em joselitagens do Fórum, vale a pena ler essa que o Träsel reportou no blog dele:

marcha pela paz
Melhor palavra de ordem em todas as edições do Fórum Social Mundial até agora:

Sexo!
Anal!
Derruba o capital!

Cortesia dos ativistas homossexuais, durante a marcha de abertura.

O que eu acho engraçado é que é justamente nos países mais capitalistas que os direitos dos gays são mais reconhecidos… Mas enfim, o que me deixa chateado é que desde a primeira edição do fórum eu estou com vontade de fazer essa camiseta:

Pois é, perdi o momentum